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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PULSAÇÃO, TEMPO E EXPRESSÃO MUSICAL

Olá pessoal!

Como disse no artigo anterior, vou falar de teoria musical, porque com mais de 10 anos como professora pude constatar que a maioria dos meus alunos começavam a estudar música achando teoria chato, desnecessário e "desmotivante". Por isso procurarei dar um enfoque menos técnico da teoria com vistas a compartilhar da sua verdadeira importância para performance, para a expressão musical e consequentemente para o engajamento do ouvinte.

Pesquisas indicam que as performances menos expressivas são aquelas que interpretam o tempo por meio do conceito estrito de pulsação (ritmo regular e constante). O que ocorre é que o tempo interpretado nunca é estrito, é sempre tocado com diferenças sutis na duração, na intensidade que variam quase sempre de intérprete para  intérprete.

Disso resulta que tempo é um dos fatores importantes para decodificar emoção em uma performance musical. No entanto, importante verificar, se estamos conscientes dessas sutilezas no momento em que tocamos um instrumento. Quem já se gravou praticando um instrumento em casa e ao ouvir, o resultado era bastante diferente daquilo que se tinha em mente no momento da performance? Adquirir essa consciência é importante porque nos permite controle e autonomia na performance proporcionando maior expressão e assim, um engajamento maior com o público.

Por consciência musical não falo de conceitos do tipo "pulsação é um ritmo regular e constante" ou "tempo binário possui um tempo forte e outro fraco." Mas sim um conjunto de elementos cognitivos, orgânicos (fisiológicos) e técnico-práticos que com o tempo tornam-se registros cerebrais que permitem uma comunicação fluida entre o músico e o ouvinte. Tão fluida que o ouvinte não consegue perceber ou identificar o grau de esforço e o grau de dificuldade que a performance demanda, mas apenas o caráter emocional, expressivo da música.

Uma das formas de se obter essa consciência no momento em que praticamos o instrumento é separar os elementos que compõe a peça musical. Leia a partitura antes de tocá-la, sinta a pulsação, o tempo, antes de executá-los. Imagine como a música deve soar, como você gostaria de ouvi-la?Concentre-se primeiro na leitura e na correta posição das notas no instrumento. Preste atenção nas inflexões necessárias, métrica, depois passe para a articulação, para a forma como uma nota se une com a outra, de forma a formar frases coesas. Deguste cada pedacinho da música. Quando você for pegar o instrumento, faça a mesma coisa, a partitura já vai ter outro significado para você. 

Você provavelmente vai chegar a níveis mais expressivos com maior rapidez. Mas de qualquer forma, isso é apenas uma ilustração, um exemplo de como a consciência dos parâmetros do som são extremamente importantes para se obter um nível mais expressivo na performance e não é por acaso que são os primeiros elementos a serem ensinados na teoria da música. A música pode ter uma harmonia belíssima, um ritmo energizante, mas sem expressão não há engajamento.

Por ser um elemento básico da música, a importância da pulsação, do tempo, é muitas vezes negligenciada a medida que avançamos no estudo. Disso pode resultar uma performance inexpressiva, ou no mínimo, resultar na distância entre o que pensamos estar tocando e o que de fato tocamos, gerando por vezes um certa frustração e desânimo.

Essa distância é também percebida pelo ouvinte, e é essa percepção que determina o seu engajamento. Minimizar essa distância significa aumentar a consciência dos elementos que compõe a música em níveis profundos e não somente conceituais. Ou seja, pensar no som como um objeto a ser moldado e não como uma representação conceitual que por si só cria expressão. Por isso ao estudar teoria é importante lembrar que ela não está distante da performance, e que muitas vezes é a compreensão da importância dos aspectos aparentemente mais simples (como a pulsação), que vai fazer a diferença na interpretação. 

Tempo e pulsação podem ser compreendidos em diversos níveis de complexidade mas o importante é aprender o quanto antes a relevância desses elementos na prática para que se possa diminuir tempo de estudo, ter resultados mais efetivos  e usufruir dos benefícios da música.

Nas próximas publicações vou falar de pulsação, tempo e alguns estilos musicais que vão desde o popular ao erudito. Até lá! Deixem seus comentários, escrevam suas experiências!

Obrigada!



Referências 

M. F. McKinney, D.Moelants, M. E. P. Davies and A. Klapuri. Evaluation of Audio Beat Tracking and Music Tempo Extraction Algorithms. Philips Research Laboratories, Eindhoven, The Netherlands; Ghent University, Belgium; Queen Mary University of London, UK; Tampere University of Technology, Finland: Journal of New Music Research 2007, Vol. 36, No. 1, pp. 1 – 16 


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